Oligopólio à vista

Quando o governo FHC, em 1998, vendeu a Telebrás em 12 partes, uma das motivações era conseguir verba para aplicar em obras sociais. Na prática isso não aconteceu, pois os pagamentos foram parcelados e muitas empresas (a Telemar, por exemplo) levantaram o dinheiro através de empréstimos contraídos com o próprio governo.

O outro motivo era fomentar a competição, que traria melhoria em preço, tecnologia e atendimento. Para quem não viveu essa época, cabe informar que era comum esperar seis meses por um telefone fixo. A conta era baseada em pulsos, difíceis de entender. O DDD era caríssimo. Se vocês acham que hoje é demorado cancelar um serviço, não imaginam como era naquela época.

Pois bem, a concorrência das telecomunicações está virando um oligopólio. Com a compra da Brasil Telecom pela Oi, temos hoje os seguintes “concorrentes”: Embratel/Claro (controladas pela mesma empresa mexicana), Oi/BrT (capital nacional), Vivo (parceria luso-espanhola), TIM (italiana) e Telefônica (espanhola). E, mesmo com a crise, já existem negociações para que esse número diminua.

Por falar em concorrência, saibam que a Sky comprou a Mais TV, o que nos deixa com duas opções: a Sky, que perde sinal com chuva forte, e a ORM Cabo, ainda muito cara.

É importante que se diga que todas as aquisições e fusões do setor passam pela análise, além da ANATEL, do CADE, que deveria ser tão criterioso com o setor de telecomunicações quanto é com outros setores.

Há algo de podre no reino da Dinamarca.

Carnaval

Oh, o Carnaval…

No Brasil, o ano começa de fato somente na segunda-feira após o Carnaval, tal a fascinação que a festa exerce em nosso povo. Muitas pessoas e comunidades trabalham o ano todo esperando os dias em que as fantasias tomam conta das ruas. Na maioria das vezes, é a única alegria que o povo tem. Se o futebol é o ópio do povo, o Carnaval é seu lança-perfume.

Mas, analisando friamente, para quem não está folia, o Carnaval é muito chato. Sinto pena de quem mora perto de um barracão de escola de samba, pois não deve ser fácil suportar os ensaios. Pois, como bons brasileiros, é claro que as agremiações ensaiam até altas horas, inclusive nos feriados.

E a programação da TV? Todos os blocos são “um dos mais tradicionais”. Todas os sambas-enredos são perfeitos.Todas as baterias são “nota 10”. Tudo é lindo e maravilhoso.

Mas podia ser pior. Já imaginaram o Galvão Bueno narrando o desfile do Rio?

E enquanto isso no congresso…

Radares de trânsito

O Estado não deveria precisar “vigiar” o cidadão, se o mesmo não transgredisse tanto a lei, como ocorre no Brasil. Um exemplo é a fiscalização de trânsito através de câmeras e radares, cujo valor poderia ser revertido em recuparação das vias e melhoria na sinalização.

Sei o quão complicado é o trânsito de uma grande cidade, mas a culpa não é somente dos motoristas. Não que os mesmos (principalmente os de ônibus e motos) sejam inocentes, mas devemos lembrar que mais 85% dos municípios brasileiros não têm um plano diretor para orientar, entre outras coisas, as ações a serem tomadas para evitar vias congestionadas.

Também é impressionante a falta de educação dos pedestres, ciclistas e carroceiros. Em algumas ruas, parece que a preferência é dos mesmos.

E ainda temos que nos preocupar com buracos, mangas caindo e assaltantes…

Para mais informações, clique aqui para ver um material sobre Plano Diretor produzido pela Prefeitura de Belém e aqui para consultar a lista dos pontos da região metropolitana que contam com radares e/ou câmeras.

Língua estrangeira

Nunca gostei de estudar inglês, mas tive que me forçar a aprender para poder entender a ajuda (help) dos programas, pois na época da minha graduação não era comum software traduzido para a língua local.

O mundo globalizado pede cada vez mais o conhecimento de uma ou mais línguas estrangeiras. Além do quase onipresente inglês, algumas empresas (principalmente devido ao Mercosul) fazem negócios também em espanhol.

Adquirir capacidade de conversação em uma língua estrangeira quase sempre pede um curso formal, mas se a necessidade é apenas compreender textos básicos, tenho uma ótima dica: o site English for Reading.

Mantido pelo Rubens Queiroz de Almeida, que também mantém o Dicas-L, o mesmo disponibiliza, todos os dias, um texto curto, geralmente uma piada, em inglês e espanhol, com um pequeno vocabulário ao final. O aprendizado é lento, mas divertido. Para quem não quer acessar o site todo dia, é possível se inscrever na lista EfR e receber os textos via correio eletrônico.

O mantenedor também coordenou um trabalho que resultou no livro “As palavras mais comuns da língua inglesa”. O site disponibiliza o capítulo inicial gratuitamente e, embora seja possível encontrar na Internet a versão em PDF, o custo/benefício do livro compensa a compra.

Nota: Segundo a norma culta da língua inglesa, software, assim como hardware, não tem plural.

Tema da semana passada

Semana passada o tema da discussão foi o Projeto de Lei 1947/03, que “dispõe sobre a regulamentação do exercício das profissões de Analista de Sistemas e suas correlatas (…)”.

Discutimos, entre outras coisas, sobre o que é a regulamentação, como ela funciona em outras profissões, o papel dos Conselhos e as vantagens e desvantagens de regulamentar nosso setor.

Lembrando que, além do PL citado, existem outros arquivados ou em tramitação na Câmara e no Senado.

Outras opiniões interessantes sobre o assunto podem ser vistas aqui e aqui.

Em tempo: sou FAVORÁVEL à regulamentação, mas não da forma apresentada. Alguns pontos que devem ser considerados:

  • É necessário analisar cada especialidade separadamente. Querer regulamentar da mesma forma um DBA, um instrutor de informática básica e um perito forense é como igualar um neurocirurgião e um farmacêutico;
  • Como verificar a capacitação do profissional? A evolução das tecnologias em nossa área é muito dinâmica. Quem se formou em Matemática vai aplicar os mesmos conhecimentos daqui a 50 anos, mas quem se certifica em, por exemplo, CCNA não pode ficar sem atualização constante sob pena de não conseguir configurar um roteador daqui a 5 anos;
  • Como ficam os profissionais de outras áreas que fazem sistemas para uso próprio ou contribuem em projetos de software livre? Se Engenharia Civil fosse regulamentada da mesma forma que se pretende fazer com Informática, eu não poderia construir uma casinha de cachorro no fundo do quintal;
  • Oficialmente, a regulamentação serve para proteger a comunidade de maus profissionais, mas ninguém pode negar as consequências indiretas (boas ou não) como a proteção dos bons profissionais perante concorrência desqualificada, valorização salarial da classe e criação de mais uma estrutura financiada pela Governo (vale lembrar que Conselhos Regionais e Federais são Autarquias).

Horário de verão 2008/2009

Acabou na meia-noite deste sábado, 14/02, o horário de verão 2008/2009.

Embora o horário de verão não afete diretamente os paraenses, para um DBA é importante entender as implicações que diferentes horários podem exercer no caso de um banco de dados com informações descentralizadas.

Por exemplo, imagine um sistema que tem bases de dados em Estados com horários diferentes replicando informações para uma única base de dados. Podemos replicar as informações:

  1. Em seu estado original; ou
  2. Fazendo as devidas correções de horário.

Nos dois casos, podemos saber o horário de cada operação se a mesma contiver informações que nos permitam determinar que a mesma foi realizada em um fuso diferente (o código do Estado, por exemplo).

Ainda assin, as duas soluções têm vulnerabilidades. Você pode descrevê-las e definir um plano de contorno para cada uma? Qual das duas soluções apresentadas é “menos pior”? Existe uma terceira solução? Deixe seus comentários.

Aproveite e acerte seu relógio de acordo com o Observatório Nacional. Ou faça melhor, mantenha-o sincronizado com um servidor de tempo público. O NTP.br tem um guia rápido de configuração para servidores e roteadores.